Como Bruce Willis, é preciso pensar na sucessão patrimonial familiar ainda em vida

Nem mesmo o personagem John McClane foi capaz de evitar que o ator que protagoniza a franquia “Duro de Matar” fosse acometido por uma doença degenerativa. Diagnosticado com demência frontotemporal, o famoso ator hollywoodiano Bruce Willis, de 67 anos, se afastou das produções cinematográficas, em março de 2022, para viver recolhido desde então e já não reconhece mais a mãe (87), além de ter dificuldades de movimentação. Antes, porém, ele revisou o seu testamento. “É preciso pensar na sucessão patrimonial e familiar e isso deve ser feito o quanto antes. Seja com 70 anos, o que é ótimo, ou com 60, 50 ou 40 anos, o que é ainda melhor. Quanto antes isso for feito, mais adequado, mais barato e melhor será pensar na sucessão patrimonial”, afirma o advogado Jossan Batistute. 

Sócio do Escritório Batistute Advogados e especialista no assunto, Jossan aponta que é cada vez mais comum as pessoas pensarem na sucessão patrimonial e familiar. “Questões como essa contribuem para evitar desgaste entre os herdeiros, imensos prejuízos e perdas patrimoniais e ainda minimizar os impostos incidentes sobre a herança”, afirma o advogado. Bruce Willis, por exemplo, tem uma fortuna estimada em US$ 250 milhões e fez uma divisão desigual entre as filhas. As três que teve com a atriz Demi Moore – Rumer, Scout e Tallulah – devem receber US$ 1 milhão cada, enquanto a atual esposa, Emma Heming, junto com as filhas do casal, Mabel e Evelyn, devem receber o restante. 

Entretanto, mesmo tendo já expressado sua vontade testamentária, Bruce Willis poderia, ainda em vida e enquanto não fosse prejudicado pela demência, transferir seu patrimônio para o nome das herdeiras, salvaguardando seu direito de usufruto em documentos próprios para o caso. “No Brasil, a modalidade mais comum de usufruto é o vitalício, em que pais doam seus bens aos filhos, utilizando-os até morrerem, momento em que os herdeiros passam a ter a propriedade plena do bem móvel ou imóvel”, explica Jossan Batistute. 

O usufruto vitalício é uma modalidade que beneficia tanto os herdeiros quanto os pais. Esses, por sua vez, poderão utilizar seus bens até morrerem, enquanto os primeiros terão a garantia da herança sem precisar passar pelos processos burocráticos de um inventário, com os custos e o tempo demorado para a regularização da herança. “Todo mundo sai ganhando quando a família quebra tabus e passa a discutir a sucessão patrimonial e familiar o quanto antes”, avalia o especialista.

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